[OPINIAO] Pequena pausa pré-férias

Depois de uma longa viagem é sempre desejável retemperar forças e descansar um pouco junto daqueles que mais gostamos. Será isso que vamos fazer deste lado ao longo dos próximos dias, para estarmos prontos a encetar a última recta antes do mais longo período de pausa do ano.

Estaremos ausentes até dia 1 de Julho, a apreciar o que de melhor o interior do país tem para oferecer. Até lá, continuaremos com excelente música e com a oportunidade de revisitar alguns discos mais antigos. É como rever velhos amigos de quem já não tínhamos novidades há muito tempo. Aconselhamos sempre a que o façam de vez em quando, é incrível as histórias que se podem relembrar juntos.

[NOTICIA] Este é dedicado à realeza

Formados em 2002 e com as primeiras edições em 2005, os Phragments habituaram-nos a uma sonoridade entre o Neoclássico e o Marcial Industrial ao longo dos vários discos que lançaram, a solo ou repartidos. Depois da mais alargada ausência na sua história, apresentam-nos agora "New Kings And New Queens" que percorre um trilho sonoro um pouco diferente dos seus antecessores.

Com selo Malignant Records, este disco é muito mais negro e abstracto do que o duo Eslovaco tem vindo a fazer. Uma longa faixa dividida em 6 partes de um Dark Ambient desolador, com drones que nos empurram para o abismo e momentos luminosos que nos levam até às nuvens. Um trabalho mais minimalista mas que nem por isso deixa de ter uma paleta sonora multi-facetada e com múltiplas texturas.

A edição é limitada a 500 exemplares e apresenta o seguinte alinhamento:

1. The Foundations Shatter
2. New Kings
3. Bridge Burners
4. When Memory Fails, We Disintegrate
5. New Queens
6. Aftermath

[NOTICIA] Um café com sabor duplo

A emissão de hoje do Café Europa é novamente um tributo, desta feita a um disco que por sua vez também é um tributo. Confusos? Já vos vamos contar tudo sobre a emissão número 76 do nosso programa de rádio preferido, que foi para o ar no passado dia 17 de Junho.

O destaque vai inteirinho para o disco "La Clairière des Eaux Mortes", um trabalho repartido entre os Barbarossa Umtrunk e os Pale Roses, do qual falamos aqui. Este disco é por sua vez um tributo a Raoul De Warren, e daí o desvio no início deste post.

Ao longo das duas horas de emissão há ainda espaço para algumas outras faixas (a última das quais destaco em particular), mas a maioria do tempo é dedicado a um disco que bem o merece. Comprovem por vocês mesmos esta afirmação ao descarregarem livremente a emissão aqui.

O alinhamento completo é o seguinte:

Hora 1
1. SALA DELLE COLONNE - "Al Tronco Sferzato Dal Vento" (IT)
2. LEGER DES HEILS - "Stirb Und Werde" (USA)
3. ORDO ROSARIUS EQUILIBRIO - "From Copenhagen With Love” (SWE)
4. ONIRIC - "Tomorrow the Sorrow" (IT)
5. BARBAROSSA UMTRUNK - "Le Pays Perdu" (FRA)
6. PALE ROSES - "La Chapelle Des Marais” (FRA)
7. BARBAROSSA UMTRUNK - "Gwer Nemeton” (FRA)
8. PALE ROSES - "Have You Been Here Before?” (FR)
9. BARBAROSSA UMTRUNK - "A L'Ombre Des 7 Cromlechs“ (FR)
10. PALE ROSES - "Le Village Assasin" (FR)
11. BARBAROSSA UMTRUNK - "Le Secret Du Marécage“ (FR)
12. STORMFAGEL - "Skördermannen“ (SWE)

Hora 2
1. LES JUMEAUX DISCORDANTS - "Eterna Mutazione" (IT)
2. FIRST HUMAN FERRO feat. ALBIREON - "Old Friend At Dusk" (UKR/IT)
3. PALE ROSES - "Montague Rhodes James" (FR)
4. PALE ROSES - "Gates Of Hell” (FRA)
5. BARBAROSSA UMTRUNK - "Cantlon Vindoseni” (FRA)
6. PALE ROSES - "La Nativité Julienne” (FR)
7. BARBAROSSA UMTRUNK - "Les Chavaliers de L'Apocalypse “ (FR)
8. BARBAROSSA UMTRUNK - "La Grande Courtisane” (FR)
9. BARBAROSSA UMTRUNK - "Arehisosur” (FR)
10. BARBAROSSA UMTRUNK - "Rundgang Um Die Transzendentale Säule Der Singularität (Burzum cover)” (FR)

[NOTICIA] Marionestas do Estado

O novo disco dos Legionarii tem um bocado de teoria da conspiração associada. Versa sobre o totalitarismo do Estado a nível global, em que o mundo é controlado por um concelho de doze indivíduos escolhidos de uma ordem secreta dentro do próprio Estado. Pode ser motivo de chacota para alguns, mas basta olhar à nossa volta para perceber que se calhar não é tão descabido assim.

"Disciples Of The State" surge com selo Rage In Eden e continua a senda sonora que tem sido a sua imagem de marca nos últimos anos. Marcial Industrial na sua total magnitude, com coros épicos e uma toada militarista, coloca-nos imersos numa barreira sonora em crescendo que nos faz sentir vivos. Grandioso é talvez um adjectivo mais apropriado a este disco, e que coloca definitivamente o nome dos Legionarii no panteão dos melhores do estilo.

Para além de editar um grande disco, a Rage In Eden resolveu ainda melhorar as coisas com uma edição especial, em caixa (na imagem), à qual junta ao CD original um CDr bónus com faixas extra e um poster A2. Tudo isto limitado a 72 cópias, por isso garantam desde já a vossa!

O alinhamento completo é o seguinte:

"Disciples Of The State"
1. Enter The Global Union
2. Ordo Ab Chao
3. The Inner Circle
4. Aristocracy
5. World In Flames
6. The State
7. Blood Of Millions
8. Strength And Power
9. The Titan
10. Dominion (Lvx Aeterna)

CDr Bónus
1. Burn
2. Sol Excelsis
3. The Promethean Flame (Atlantis)

[EVENTO] Primeira data da digressão dos DBATICOTLH

Ainda não consigo evitar um esgar de sorriso ao escrever o magnífico acrónimo que está no título deste post. O Albin Julius foi um verdadeiro personagem ao renomear o seu projecto de há muitos anos a esta parte, e vai certamente continuar a ser uma pessoa odiada por muitos e idolatrada por outros. Mas o que não podemos negar é o seu génio criativo, que podemos ver em primeira mão na digressão de Outono que vai protagonizar.

A data de hoje é também a primeira da digressão, a ter lugar no próximo dia 20 de Setembro em Wroclaw, na Polónia. Ao palco do Clube Liverpool subirão para além dos já referidos Der Blutharsch And The Infinite Church Of The Leading Hand, os Deutsch Nepal e também os Jastreb.

Um belo começo de digressão, com um trio que vai percorrer um bom número de países e cidades por essa Europa fora, e sempre com boas propostas de noites de grande música. Se estiverem pelas redondezas, apareçam.

[NOTICIA] Regresso de uma tradição

Misturar sonoridades electrónicas e inserir-aqui-o-vosso-prefixo-preferido-wave com a tradicional canção Italiana é algo que não é muito habitual, mas que os Colloquio têm vindo a fazer há já muito tempo a esta parte. Com uma carreira acima das duas décadas, e depois de um longo interregno, temos finalmente nas mãos um novo disco de originais.

Como os seus antecessores, "L'entrata - L'uscita" tem selo da Eibon Records e expande ainda mais para territórios inexplorados a sonoridade característica do colectivo transalpino. Muitas contribuições de outros nomes famosos na cena servem para dar uma dimensão adicional ao trabalho, percorrendo um largo conjunto de instrumentos diferentes.

As composições são dotadas de uma melodia que não poderia faltar na música Italiana, com a intromissão da electrónica e da melancolia sempre que necessário. É uma montanha-russa de emoções que podemos apreciar ao longo das 10 faixas que compõem este disco, que é apresentado num belíssimo digisleeve com livreto a acompanhar.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. In un piccolo spazio
2. Cosi' distanti
3. Pareti
4. Tempo brucia tutto
5. Quali parole
6. L'entrata – L'uscita
7. Più in fondo
8. 23-1
9. Dalla finestra
10. Meglio cosi'

[EVENTO] Olha nós na Alemanha em Setembro

Hoje vamos dar início a mais uma série de posts sobre outra digressão, desta feita de Outono, de outro nome grande da cena. Falamos de Albin Julius e do seu projecto de há muitos anos (sob várias encarnações), que chegou a ter uma data em Portugal no âmbito desta digressão mas que infelizmente não se viu confirmada. Mas tudo a seu tempo.

A data que vos trazemos hoje não é a primeira, mas é a mais especial. A Laetitia é uma grande amiga de há muitos anos (para além de ser uma fabulosa artista e uma mente fascinante), e o seu Atelier Abraxas será o palco que irá receber esta data da digressão no próximo dia 21 de Setembro. É em Leipzig, e é onde certamente estaremos nessa altura.

Em palco teremos portanto os Der Blutharsch And The Infinite Church Of The Leading Hand, os seus companheiros de sempre Deutsch Nepal e desta feita também os Jastreb. Um grande alinhamento para uma noite que se antevê especial. Vemo-nos por lá?

[NOTICIA] Um disco para ouvir à noite

Curioso como alguns nomes permanecem escondidos na bruma pese a qualidade dos seus lançamentos. Como é o caso dos Sunset Wings, que com "Shining thro' the veil of Night" atingem o marco do terceiro disco de originais, marcando também o regresso à Wrotycz Records onde se tinham estreado.

Um disco totalmente dedicado à noite, como musa inspiradora da poesia e arte que também bafeja o trabalho dos Sunset Wings. A lua sempre omnipresente dá azo à melancolia que corre pela dezena de músicas que aqui apresentam, e percorremos a Natureza despidos de outra tecnologia que não seja uma tocha para nos alumiar o caminho na escuridão.

A nível sonoro é um trabalho na linha dos anteriores, com instrumentos de cordas a dar o mote a uma série de outros sons arcanos, sempre com uma composição que trás ao de cima o belo da música. Quase que podemos chamar-lhe Etéreo, ou talvez romântico seja mais apropriado. É uma sonoridade doce, mas que não enjoa.

Apresentado num digipack de 6 painéis, o disco conta com o seguinte alinhamento:

1. Night, Parent Goddess
2. The White Mares (Of The Moon)
3. To Night
4. The Sun Descending In The West
5. Lullaby Of An Infant Chief
6. Before Dusk
7. Wings In Sunset
8. Waiting For A Night
9. Ascending
10. Hymn - Descending

[NOTICIA] Uma compilação à frente do seu tempo

Lançar uma compilação cuja maior parte das bandas presentes ou se foca inteiramente em realidades pós-apocalípticas ou pelo menos parcialmente, pode ser considerado negro ou negativo por alguns, mas eu prefiro considerá-la premonitória. Parece-me evidente que algo semelhante acontecerá num futuro não muito distante, por isso o melhor é ter já à mão a banda sonora necessária.

Temos que agradecer à Cryo Chamber, que com o lançamento de "Behind The Canvas Of Time" nos faz esse favor. Onze faixas de alguns dos maiores nomes na cena, percorrendo histórias de deuses arcanos, reconstrução de cidades e memórias suprimidas. Talvez seja apenas uma viagem na nossa mente, mas se assim for, poucas vezes terá sido tão ousada como neste disco.

Com propostas desde o Dark Ambient até ao Ritual e Industrial, o sentimento latente é de calamidade, mas a intensidade da música vai-nos fazer sentir mais vivos do que nunca. Apresentado num elegante digipack para nosso prazer.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. Eldar - De Ignibus Caelestibus
2. Sjellos - Transcend
3. Svartsinn & Gydja - Terrenum Corpus
4. Desiderii Marginis - The Sleep of Reason Produces Monsters
5. Asbaar - Ahor Bahur
6. Atrium Carceri - Frozen Headlights
7. Halgrath - Abandoned for Centuries
8. Cryobiosis - Departure
9. Dahlias Tear - When the skies turn black
10. Lamia Vox - The Prophecy
11. Sabled Sun - Tranquility

[NOTICIA] Um café puramente Nacional

Tendo ido para o ar no passado dia 10 de Junho, seria natural que a emissão número 75 do Café Europa fosse dedicada à música nacional. O que se calhar não esperaríamos era que a emissão fosse inteiramente dedicada aos músicos Portugueses, mas é precisamente isso que podemos ouvir ao longo das duas horas de emissão.

Mas mais do que apenas ser dedicada à música Portuguesa, esta emissão recupera algumas velhas glórias do século passado (onde se calhar não tiveram o reconhecimento que lhes era merecido), mescladas com novas apostas e percorrendo um largo espectro de sonoridades e estilos particulares.

Uma emissão muito ecléctica, para percebermos melhor a diversidade que o nosso país também tem a nível musical. Podem descarregar a emissão aqui e ouvir por vocês mesmos.

O alinhamento completo é o seguinte:

Hora 1
1. MADALENA IGLÉSIAS - "Ele e Ela " (PT)
2. MLER IF DADA - "Ele e Ela. E Eu " (PT)
3. ANAMAR - "Amar por Amar" (PT)
4. POP DELL'ARTE - "Máscara" (PT)
5. SANTA MARIA GASOLINA EM TEU VENTRE - "Ezra Pound e a Loucura" (PT)
6. JOVEM GUARDA - "Levante II" (PT)
7. CROIX SAINTE - "The Life Of He" (PT)
8. MÃO MORTA - "Até Cair" (PT)
9. RONG WRONG - "Estranho Prazer" (PT)
10. IK MUX - "Novo Estado Novo" (PT)
11. ERROS ALTERNADOS - "Qes" (PT)
12. BROTO VERBO - "Poeta sem Ode" (PT)
13. REPORTER ESTRÁBICO - "Eurovisão" (PT)
14. ANTÓNIO VARIAÇÕES - "Quem Feio Ama" (PT)

Hora 2
1. OCASO ÉPICO - "Tinto If" (PT)
2. G.N.R. - "I Don't Feel Funky (Anymore)" (PT)
3. M'AS FOICE - "Ermengarda" (PT)
4. CORPO DIPLOMÁTICO - "Férias" (PT)
5. LINHA GERAL - "Em Céu Aberto" (PT)
6. REQUIEM PELOS VIVOS - "Canção da Desfolhada" (PT)
7. SÉTIMA LEGIÃO - "O Canto e o Gelo" (PT)
8. BYE BYE LOLITA GIRL - "Sem Palavras Para Ti" (PT)
9. BAILE DE BADEN BADEN - "Chuva de Verão" (PT)
10. DEAD DREAM FACTORY - "Candy House" (PT)
11. CELLO - "Olisipo" (PT)
12. BANDA DO CASACO - "Sétimo Dia" (PT)
13. HORUS CHAMBER - "Estava Escrito, Meu Menino, Estava Escrito” (PT)

[NOTICIA] O que fica quando não há nada?

É uma pergunta filosófica, mas reflecte bem o sentimento com que ficamos deste lado quando ouvimos o trabalho de Simon Heath com os seus Atrium Carceri. Um mastodonte monolítico na forma de barreira sonora, que nos arrasta até ao abismo. Um enorme elogio, portanto.

Serve isto como introdução para o mais recente lançamento, que na prática é uma reedição em CD de um trabalho do ano passado. Falamos de "Void", que foi originalmente lançado apenas em formato digital e que ganha agora um merecido formato físico através de um selo também ele novo, a Cryo Chamber, gerido pelo próprio Heath.

Sempre a movimentar-se nos meandros do Dark Ambient, com pequenas ramificações para dar maior diversidade, este disco reúne um conjunto de intrépidos exploradores para a referida viagem ao abismo, onde a luz não existe e os deuses outrora se perderam, e tudo o que fica é o sentimento de vazio. Um trabalho recheado de pequenos detalhes que nos vão obrigar a repetir a audição. Só lhe podemos agradecer por isso.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. Dear Diary
2. Humanity's Cradle
3. A Curved Blade
4. Reselected
5. Victorian Meltdown
6. Passage
7. Endless Deep
8. Debt
9. Trembling
10. Slower
11. Ancient Past
12. Reap

[NOTICIA] O modelo colaborativo a funcionar

Foi em 2009 que Mario e Adonar se juntaram para criar o projecto Gabe Unruh. Depois de alguns lançamentos partilhados com outros nomes da cena Germânica, Adonar decide abandonar o projecto em 2012 por questões de saúde (mental, diz-se pelos cantos) e Mario decide continuar. Mas não sozinho.

"Endzeit", o disco de estreia que é editado pela SkullLine, tem no seu alinhamento um largo conjunto de colaborações, reforçando o facto de apesar de ser agora um projecto a solo, os Gabe Unruh não caminham isolados. Nomes como Art Abscons, Strydwolf, In Scherben ou Shattered Hand dão também um brilho particular a este lançamento, ajudando na sua promoção e divulgação.

A nível sonoro, o que aqui temos é uma tradição Germânica no Neoclássico mesclado com Marcial, muito característica, com a particularidade de neste caso haver uma sensibilidade quase Pop que revolve nas músicas tornando-as únicas. Se fossem Italianos teríamos fumo a sair das janelas do cabaret, neste caso temos que encontrar uma analogia mais adequada à cultura Germânica.

Para além de uma edição em CD, limitada a 500 exemplares, está disponível uma edição especial em saco de algodão (na foto), limitada a 50 exemplares. Esta edição especial junta ao disco um segundo CD de 3'' com alguns temas bónus adicionais, inéditos e exclusivos desta edição, para além de 5 fotografias a cores (que estão disponíveis apenas nos primeiros 25 dos 50 exemplares).

O alinhamento completo é o seguinte:

"Endzeit"
1. Art Abscons feat. Gabe Unruh - Somnium (spec) 
2. Illusion 
3. Hindenburg 
4. Strydwolf feat. Gabe Unruh - Streit und Kampf 
5. Deutschland Treffen 
6. Shattered Hand feat. Gabe Unruh - Far north (kaosversion) 
7. Sie sind da 
8. In Scherben feat. Gabe Unruh - Heimkehr (gesang) 
9. Wollen wir weiterleben ? 

CD Bónus
1. Alptraum 
2. Denken Opfer Geh (Endzeit RMX) 
3. Strydwolf - Ontwaakt ( Gabe Unruh RMX) 
4. Geheimwaffe ( Das Brandopfer RMX)

[EVENTO] Celebremos o maior evento em Portugal

Sendo hoje dia de Portugal, parece fazer sentido falar sobre o maior e mais importante evento no nosso país focado nas sonoridades que mais apreciamos. Falamos naturalmente do Festival Entremuralhas, que vai já para a sua 4ª edição, e que tem colocado Portugal no mapa dos eventos internacionais de grande porte.

Sempre com a soberba organização da Fade In, a edição deste ano decorre nos dias 24 e 25 de Agosto, com um concerto especial de abertura no dia 23 de Agosto. E que concerto! Teremos a presença dos Deine Lakaien no Teatro José Lúcio da Silva para dar abertura às hostilidades do Entremuralhas, talvez um dos nomes mais aguardados há alguns anos para o festival.

Como habitual, será no Castelo de Leiria que os restantes dois dias irão decorrer. No dia 24 teremos em palco os Nachtmahr, Merciful Nuns, Spiritual Front, TriORE, Lebanon Hanover e Der Blaue Reiter, divididos entre os diferentes palcos do recinto. Já no dia seguinte será a vez dos Kap Bambino, Soror Dolorosa, Qntal, Naevus, Die Selektion e Roma Amor.

Excelentes propostas, como sempre, que farão as delícias dos amantes das sonoridades que variam entre o Folk e o Electro, para um público ecléctico mas que sabe apreciar um dos melhores festivais que se faz por esse mundo fora. E nós, também como sempre, lá estaremos.

[NOTICIA] Solidão nas alturas

O sentimento de individualismo solitário é muitas vezes comparado a uma águia que voa sozinha junto dos mais altos picos. Deve ser semelhante ao sentimento de um piloto sozinho, numa máquina voadora precária, enquanto empurra os limites da sua capacidade. E é precisamente sobre este tema que fala o disco que hoje vos trazemos.

E que grande disco que é! "Schicksalsfahrt" marca o regresso às edições dos Darkwood, como sempre pela mão da Heidenvolk. O nome do trabalho pode ser livremente traduzido como "viagem do destino", que se apropria ao conceito por mais do que um ângulo diferente. É dedicado em particular a Antoine de Saint-Exupéry e Amelie Hedwig Beese.

A nível sonoro temos aqui a imagem de marca do projecto de Henryk Vogel. Guitarra acústica na liderança, complementada por violoncelo, violino, acordeão, baixo e percussão, com vocalizações em Inglês e Alemão. Parece uma receita de um bolo, e não faz justiça à beleza que a expressão artística dos Darkwood consegue criar com a sua música. Um excelente disco para nos acompanhar em todos os voos, mesmo que sejam apenas aqueles dentro da nossa mente.

O trabalho está disponível em duas edições. Uma em CD, num digipack de belo efeito acompanhado de um livreto de 16 páginas. Outra, em vinil colorido, formato gatefold, que estará disponível apenas em edição limitada.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. Secret Places 
2. Nightshade 
3. Fliegergedicht 
4. Scattered Clouds 
5. Der letzte Flug 
6. Flughymne 
7. Silence at Night 
8. Nightwind 
9. Broken Wings 
10. Dream of Flowers

[NOTICIA] Correcção de um lapso enorme

Sabem quando tomamos algo por garantido e nos apercebemos que afinal esse algo não está lá? Aconteceu-me isso recentemente com o "Anastasis" dos Dead Can Dance. Por alguma razão assumi interiormente que já tinha falado dele aqui - afinal, sendo um disco extraordinário de uma das minhas bandas de sempre, que mais me influenciou toda a vida, porque não haveria de ter falado nisso? Pois bem, deparei-me ontem com esse lapso que urge corrigir.

Já com algum tempo depois do seu lançamento, aproveito para falar da edição especial que foi recentemente lançada pela [PIAS] Recordings, "Anastasis - In Concert Deluxe Edition". Como o próprio nome indica, junta ao disco de estúdio um segundo disco ao vivo, retirando alguns dos melhores momentos da digressão mundial que Brendan Perry e Lisa Gerrard fizeram em promoção ao disco, que os trouxe também ao nosso país.

O que dizer deste disco? Paradoxalmente, faltam as palavras. A instituição DCD é quase algo sagrado, rodeado de uma aura mágica que não ousamos perturbar. Havia dúvidas sobre o regresso às edições discográficas, mas depois de ouvir "Anastasis" em rotação o maior elogio que lhe podemos fazer é que não destoa na sua discografia. Tem aliás alguns temas que figurarão em qualquer best-of que se possa fazer da banda (como o tema de abertura), reforçando a convicção que um dos mais icónicos duos da música fizeram história outra vez.

Disponível também numa edição em vinil triplo, este trabalho conta com o seguinte alinhamento:

Disco 1 - "Anastasis"
1. Children Of The Sun
2. Anabasis
3. Agape
4. Amnesia
5. Kiko
6. Opium
7. Return Of The She-king
8. All In Good Time

Disco 2 - "In Concert" (gravações ao vivo da digressão mundial de 2012)
1. Children Of The Sun
2. Anabasis
3. Rakim
4. Kiko
5. Lamma Bada
6. Sanvean
7. Nierika
8. All In Good Time
9. Ubiquitous Mr. Lovegrove
10. Song To The Siren
11. Return Of The She-King

[NOTICIA] Um café com gosto especial

A emissão desta semana do Cafe Europa tem um travo especial, graças ao destaque que dedica e à forma sublime como arranque e como fecha. Duas horas de excelente música que foram para o ar no passado dia 3 de Junho, naquela que foi a emissão número 74 do programa.

O grande destaque é dado aos Death In June e ao seu disco "Snow Bunker Tapes", que tem rodagem na íntegra ao longo das duas horas de emissão. Uma análise profunda que se tornou imagem de marca do Cafe Europa torna esta emissão imprescindível a quem quer compreender um pouco mais talvez o mais influente projecto neste espectro sonoro.

Duas palavras para concluir. Uma para a abertura, a cargo dos Dead Can Dance, numa das suas melhores músicas de sempre e a prova que este regresso ao activo é algo de facto sério. Outra para o fecho, com um original dos Horus Chamber, e a vontade reforçada de podermos, um dia, contar um disco do projecto de Aveiro. Logo veremos se esse desejo se concretiza.

Para já podem descarregar as duas horas de emissão aqui, que contaram com o seguinte alinhamento:

Hora 1
1. DEAD CAN DANCE - "Children Of The Sun (live)" (AUS)
2. BLACK TAPE FOR A BLUE GIRL - "A Livery Of Bachelors" (USA)
3. ANTONY AND THE JOHNSONS - "Frankenstein" (USA)
4. DEATH IN JUNE - "Murder Made History (GB)
5. DEATH IN JUNE - "Fire Feast (GB)
6. DEATH IN JUNE - "Peaceful Snow (GB)
7. DEATH IN JUNE - "Life Under Siege (GB)
8. DEATH IN JUNE - "A Nausea” (GB)
9. DEATH IN JUNE - "Wolf Rose (GB)
10. OSTARA - "Transsylvania" (AUS)

Hora 2
1. NEAVUS - "Faint Praise" (GB)
2. SPIRITUAL FRONT - "Nectar On Your Lips" (IT)
3. LUX INTERNA - "King Winter” (USA)
4. DEATH IN JUNE - "The Scents Of Genocide" (GB)
5. DEATH IN JUNE - "Red Odin Day" (GB)
6. DEATH IN JUNE - "My Company Of Corpses" (GB)
7. DEATH IN JUNE - "Cemetery Cove" (GB)
8. DEATH IN JUNE - "Our Ghosts Gather" (GB)
9. DEATH IN JUNE - "Neutralize Decay" (GB)
10. DEATH IN JUNE - "Maverick Chamber" (GB)
11. HORUS CHAMBER - "Omnibus” (PT)

[EVENTO] Um festival especial

Este tem sido um ano recheado de bons eventos, e agora que se começa a aproximar a altura dos festivais, mais uma mão cheia deles merece a nossa atenção. A começar pelo Blacksun Folk Festival, que tem uma característica virtualmente única - é um festival totalmente gratuito!

Na verdade não é a única característica particular do festival, mas nos tempos que correm é motivo de destaque. Uma outra característica é que reúne apenas artistas Italianos, com alguns dos nomes proeminentes da cena presentes no cartaz.

Claro que só podia ter lugar em Itália, mais especificamente no Viper Deluxe em Roma. Terá lugar nos dias 13 e 14 de Julho, com um alinhamento excelente a provar que a música do país da bota é das melhores que se faz por essa Europa fora.

No primeiro dia teremos em palco os Rose Rovine E Amanti, os Hexperos, Fausto Leonetti & The Spells e Gregorio Bardini. No segundo dia teremos a parelha Luigi Rubino (dos Ashram) e Massimo Cordovani (dos Narcolexia) a fechar a noite, partilhando o palco ainda com os Oniric, A Silent Noise e Andrea Keymaster.

Com animação garantida pelo lote de DJ's convidados, merchandise e outros motivos de interesse, este é um festival com selo de qualidade e sucesso garantido. Se tiverem oportunidade ou andarem pelas redondezas, passem em Roma em meados de Julho e passarão sem dúvida um excelente fim-de-semana.

[NOTICIA] Mr. David Williams está de volta

É inquestionável o papel influente que David E. Williams tem na cultura musical que tanto apreciamos, quer através do seu trabalho a solo, quer através das múltiplas colaborações que tem e teve no passado. Mas hoje é dia de falar de novo disco a solo, desta feita "Trust No Scaffold Built Of This Bone", lançado com selo Old Europa Cafe.

Com um perfil muitas vezes controverso, a sua sonoridade tem no entanto empurrado as barreiras do Dark Cabaret e do Neofolk para outros limites e com isso enriquece todo o género. E neste disco essa tendência mantém-se, com o trovador que encarna a percorrer o difícil caminho da angústia existencial e do desespero cultural.

Com músicas a variar entre o electrónico, o popular descarado e derivações mais descontraídas, talvez o maior destaque vá mesmo para o lote de vocalistas que, para além de David Williams, inclui alguns dos nomes mais sonantes da actualidade nos seus géneros particulares. Andrew King, Lloyd James, Jane Elizabeth e a lista continua. Uma grande festa em formato disco.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. The Official Picnic Song
2. Dashing Habber
3. Quackadoodledoo
4. The Emperor of Ice Cream
5. Closet (with Lloyd James / Naevus)
6. Heat’s down the seeking missile
7. A Patch of Fog in Purgatory
8. What’s Your Scene, Jellybean?
9. Dodecaphonybaloney
10. Relapse (with Andrew King)
11. Peanuts, Candy, a Dog and a Bird
12. Ten Pound Bag
13. Meine Schwester, Die Krankenschwester
14. Turn Off All the Very Hot Things

[NOTICIA] Não interessam os outros quando fazemos o que gostamos

Começam a faltar superlativos à carreira dos Rome, de tão influente, genial e diversificada que é. O colectivo liderado por Jerome Reuter tem apresentado grande disco atrás de grande disco, entremeados com outros lançamentos (como singles e EP's) que continuam a manter a relevância do projecto. E em alguns casos a reforça-la. Como parece ser o caso de "Hate Us And See If We Mind".

Com selo Trisol (como habitual), este MCD cumpre dois propósitos: primeiro, dá-nos mais uma vertente camaleónica da sonoridade dos Rome; segundo, dá-nos um vislumbre do que será o próximo longa-duração de originais.

As duas primeiras faixas apresentam cerca de 40 minutos de sonoridades Industriais, com texturas espessas, loops clássicos do estilo, ambientes quase Dark Ambient e um Noise directo, sem perder no entanto o elemento Rome - quase como um ingrediente secreto que dá a este prato o seu gostinho especial. É uma versão dos Rome que não estamos muito habituados a ouvir, que primeiro se estranha e depois se entranha.

Já as duas últimas faixas são versões alternativas dos originais que serão lançados no próximo disco. Por aqui podemos já perceber a bomba que se avizinha, com uma faixa que é um verdadeiro hino ao nível dos momentos mais mágicos e vibrantes dos Rome, e outra que revela bem a sua sensibilidade melódica na forma de uma balada intimista, demonstrando uma vez mais o grande compositor e cantor que Jerome Reuter é.

A edição é apresente num luxuoso digipack de 6 painéis, limitada a 1000 exemplares, e conta com o seguinte alinhamento:

1. The Colony (Lowveld)
2. The Colony (Highveld)
3. Hate Us And See If We Mind (Single Version)
4. The Fever Tree (Single Version)

[NOTICIA] Quando os anjos descem à Terra

Martin Bowes tem-nos proporcionado muitos momentos de prazer auditivo ao longo dos anos com o seu seminal projecto Attrition. Mas é sempre uma boa notícia receber um novo trabalho do projecto Britânico, como é o caso deste "The Unraveller Of Angels" editado pela E-Klageto.

Neste disco, Bowes junta-se ao vocalista Norte-Americano Tylean para criar 10 novas faixas que variam, do ponto de vista estilístico, entre o Industrial, o Gótico e o Dark Ambient, criando momentos de grande envolvência e capazes de nos transportar para o imaginário do disco.

A nível conceptual, lidamos aqui com temas introspectivos - vida, amor, morte e outros que tais. Temas fortes como as músicas que lhe dão vida, com a electrónica sempre bem ao de cima mas sem perder a profundidade que sempre foi apanágio dos Attrition.

O disco está disponível em duas versões: uma em vinil, limitada a 500 exemplares e incluindo um postal, outra em CD com a adição de uma faixa bónus. A primeira edição do CD é também ela limitada a 500 exemplares.

O alinhamento completo é o seguinte:

1. The Unraveller
2. Karma Mechanic
3. Narcissist
4. Histrionic!
5. One Horse Rider
6. Snakepit
7. Suicide Engineer
8. The Causal Agent
9. Hollow Latitudes
10. The Internal Narrator (Faixa Bónus)

[NOTICIA] Reedição de uma pérola

Nunca serão um super-grupo, nem daquelas bandas que puxa uma multidão para um concerto. Mas é intocável a qualidade e sensibilidade artística que os Stein têm enquanto colectivo, e por isso gostamos tanto deles. Há também qualquer relação com o facto de terem Norbert Strahl nas fileiras, mas isso são outras contas, como se costuma dizer.

Importante hoje é falar da reedição de "!Vier!", um EP limitado apenas a 20 cópias que foi originalmente lançado em 2012. A Lichterklang resolveu (e em boa hora!) que era uma edição demasiado limitada, e temos aqui então uma nova edição para podermos apreciar.

Não é que esta não seja também limitada - de facto é e apenas a 100 exemplares. Mas pelo menos dá-nos uma segunda oportunidade de desfrutarmos deste trabalho, que além do mais vem complementado com uma faixa bónus. Falta dizer que a edição é em CDr, como a original portanto, e vem numerada à mão.

O alinhamento completo é então o seguinte:

1. Meine Bilder
2. Am Ende
3. Ohn' Macht
4. Unbekümmert
5. Fahrende Schüler

[NOTICIA] Quem estará do outro lado?

Muitas bandas estão a escolher este ano para regressar às edições discográficas. O alinhamento estelar é propício, e em boa altura se alinhou convenientemente. Que o digam os Violet Tears, que com "Outside Your Door" estão de regresso às edições depois de um hiato de cerca de 6 anos.

O disco lançado pela Ark Records lida com a perca da inocência através dos efeitos de luz e sombra da consciência. Quando admitimos que há uma incontrolável falta de harmonia na vida, o nosso lar pode virtualmente ser em qualquer lado.

É este conceito quase perturbador que podemos escutar ao longo das 9 faixas de Rock Etéreo que compõem este trabalho. Com matrizes que vão desde o Gótico ao Darkwave, o colectivo Italiano apresenta um disco multi-facetado e com múltiplas camadas que farão o nosso deleite enquanto as percorremos todas, audição após audição. Sejam bem-vindos de volta!

O alinhamento completo é o seguinte:

1. Goodbye
2. Outside your door
3. Memorie di cristallo
4. Ever dead new waters
5. Babble
6. Angeli in fiamme
7. In whisper
8. Against the light
9. …Somewhere under the sea