sábado, 19 de dezembro de 2009

[OPINIÃO] Bem-vindas férias!

Depois de umas últimas semanas bastante (demasiado?) intensas, chega finalmente a pausa merecida para umas férias de pura descompressão e relaxamento.

Remover toda a rotina diária, todos os problemas que nos consomem tempo e energia, todos aqueles com quem temos que interagir e que não nos tornam a vida mais fácil, e num gesto de pura misantropia, isolarmo-nos do resto do mundo em qualquer local que não seja fácil encontrar - e de preferência, sem qualquer tipo de rede, Internet ou móvel.

Assim sendo, estaremos ausentes nas próximas duas semanas, regressando a 4 de Janeiro com forças retemperadas e preparados para mais um grande ano de excelente música!

Se não nos virmos antes, fica o nosso desejo antecipado de boas entradas em 2010 - aproveitem bem o tempo para pensar no que fizeram este ano e no que querem melhorar no próximo. Nós assim o faremos também.

Lurker

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Um novo capítulo na viagem dos Dark Sanctuary

Depois de terem dado o seu último concerto em Londres, no passado dia 5 de Outubro, os Dark Sanctuary não deixaram no entanto de se concentrar em edições, e lançam agora o seu sétimo registo de originais. Simplesmente entitulado "Dark Sanctuary", é apresentado numa edição luxuosa em livro e CD, resultando de uma colaboração com a artista espanhola Victoria Francés.

Novamente alicerçado no uso da sua atmosfera envolvente e de uma sonoridade melancólica, este disco apresenta talvez a sua melhor imagem de marca nas vocalizações etéreas que sempre foram apanágio do colectivo, numa viagem interna e de reflexão muito agradável. Adicionalmente, todas as músicas são ilustradas por um trabalho de Victoria, e todas as letras estão traduzidas para francês, inglês e espanhol, numa aliança música - imagem que acaba por ser maior do que apenas a soma das partes.

No início do próximo ano estará disponível também uma versão apenas com CD, pela mão da Avantgarde Music, mas esta é a edição que todos os apreciadores do trabalho dos Dark Sanctuary devem ter.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Ame de Décembre
  2. Sous les neiges éternelles
  3. Omnes fluctus tui
  4. L’hiver est fini
  5. Fin de vie
  6. Enfantement
  7. Orpheline
  8. Lullaby
  9. Le tribunal
  10. Le cachot
  11. Le chemin vers la délivrance
  12. Incomprise

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Apatia ou Apatheia?

Linus Anderssom, para além de ser baterista dos Coph Nia, é também muito requisitado a nível de produção e engenharia de som para muitos dos projectos musicais de Gotemburgo (e não só), para além de tocar noutras bandas. Apatia não será o que o homem tem, mas também tempo livre não será.

Daí ser compreensível que o seu projecto Neofolk, Apatheia de seu nome, tenha lançado tão poucas edições apesar de estar activo há mais de uma década. Além disso, sempre em edições limitadas, o que torna a coisa ainda mais complicada.

Para colmatar essa lacuna, a Cold Meat Industry agarrou no disco "Lifethesis", originalmente editado em 2003 numa edição limitada a 100 cópias, e preparou uma reedição condizente com a qualidade dos Apatheia. Uma sonoridade com forte sentido de melodia, mas mantendo o espírito "caseiro" da gravação original - assim como a sua pureza e honestidade - é o que podemos encontrar num disco que representa um regresso às origens, uma forma de nos desligarmos do rebuliço do mundo em que vivemos e dedicarmos algum tempo de qualidade a um disco que o merece.

O alinhamento proposto é o seguinte:
  1. By Strife
  2. Misanthropy Without Tears
  3. One Two Three
  4. Our Time
  5. And I Fear Death No More
  6. Kraken
  7. Ascendancy
  8. Mirth
  9. Mr. Brown Looks Awfully Pale Today
  10. Spectator
  11. This Cannot Be
  12. Storm Is Coming
  13. Someone's Watching In The Distance

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Novidades dos Teatro Satanico

Inspirados pelo seu trabalho no tributo a Pier Paolo Pasolini (para o qual contribuíram com a faixa "Ppppetrolio"), os Teatro Satanico editam agora "Alma Petroli", uma colecção de obras em formato audio que pegam nessa faixa original, desmontam e reconstroem usando várias técnicas.

Kalamum é quem está por detrás da imagem gráfica, também fortemente inspirada em "Petrolio", o último trabalho inacabado de Pasolini. deviLs g. é quem cria depois as ambiências audio para um disco que é, acima de tudo, conceptual.

A edição é numerada e limitada a 101 cópias, editada num CDr totalmente negro, com uma duração acima de 1h. O alinhamento proposto é o seguinte:
  1. PierPaoloPasoliniPetrolio
  2. oleodinamica
  3. Alma Petroli
  4. Oil on Soil
  5. black oil
  6. Baiona
  7. lio
  8. PPPPetrolio

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Um homem ocupado...

Já o tínhamos dito antes: Christoph Ziegler parece conseguir desdobrar-se como por artes mágicas numa míriade de projectos e de iniciativas que leva a cabo. Ainda há uns dias falavamos de um novo projecto (Dânnâgôischd, para os que ainda se lembram do nome esquisito), e já está de volta com o seu veículo principal.

"Nachtschwarze Momente" é o novo MCD dos Vinterriket, uma edição da Frozen Landscape Productions limitada a 500 exemplares e que nos trás duas novas músicas em pouco mais de 30 minutos. O padrão ambiental típico do projecto, numa edição que vai interessar principalmente aos seguidores mais atentos do trabalho de Ziegler e a todos com ouvido especialmente atento à melancolia e desolação em forma de música.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Durch die Leere der Nacht
  2. Leblose Spharen

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

[ANÁLISE] Sect - "Imperative" [CD - 2009]

SECT
Imperative [CD]
Rage In Eden

Curioso ver a quantidade de bandas Polacas que se enquadram na matriz Marcial / Industrial, fenómeno ao qual não é alheio a presença sempre constante da Rage In Eden. E agora são os Sect a juntar-se a essa ilustre lista com um disco que, vamos já perceber, está muito bem conseguido.

"Imperative" é como um predador furtivo: começa por passar despercebido, vai introduzindo os seus argumentos, captando lentamente a nossa atenção e, quase sem darmos por isso, estamos totalmente imersos numa sonoridade épica e bombástica, sem sabermos muito bem o que nos atingiu mas verdadeiramente agarrados ao que vai saindo de cada uma das faixas. Os crescendos são particularmente bem conseguidos - a maior parte das faixas inicia com ambiências em redor de sintetizador, introduzem posteriormente as percurssões marciais e os ímpetos épicos e acabam numa apoteose bombástica à qual dificilmente passaremos indiferentes.

A componente industrial é menos abrasiva e mais envolvente, recorrendo aos sintetizadores frequentemente como complemento aos diferentes tipos de percurssão. Esta, por sua vez, alterna também entre o tradicional marcial compassado e a subtilmente presente, principalmente no jogo de bombos. Na súmula das partes, o resultado são composições interessantes que conseguem manter o interesse ao longo do disco. Aliás, o principal destaque vai precisamente para a penúltima música, reforçando o sentimento de crescendo referido anteriormente - "Dusk II" cria especial impeto e deveria ter sido a escolha para finalizar o disco. A faixa final são apenas 57 segundos de epílogo, que cortam o que seria um final em grande para o disco.

De qualquer forma, fica um bom trabalho dos Sect no balanço final, reforçando a posição da Polónia da vanguarda desta sonoridade no panorama Europeu, e deixando um bom augúrio para os Sect. Veremos o que nos reservam no futuro.

Lurker

domingo, 13 de dezembro de 2009

[ENTREVISTA] Subaudition

UMA LUZ QUE ILUMINA ESTE CAMINHO DE EMOÇÕES

Os Subaudition podem ser uns ilustres desconhecidos, mas depois de ouvirmos o seu mais recente trabalho – “Light On The Path” – ficamos imediatamente convencidos que estamos perante um dos mais promissores colectivos a explorar a veia melancólica da música. Um bom pretexto para apanharmos um simpático Antti Korpinen na longínqua Finlândia e trocarmos umas palavras sobre um dos mais interessantes discos do ano.

O que é esta luz no vosso caminho? O final de um período de escuridão?

Pode-se dizer isso. Durante os quase quatro anos que gastamos para escrever o disco houve alturas em que nos sentimos a nadar em águas bastante escuras e lodosas, por assim dizer. Poder ultrapassar isso e sair como um vencedor – é o sentimento da catarse que faz brilhar a luz no nosso caminho. Esta luz é também de natureza espiritual, uma vez que considero estar a encontrar o meu caminho nesse sentido também. Isto apesar de ter ainda uma longa distância a percorrer.

Acho a vossa música extremamente melancólica – concordam com esse sentimento, ou há outros que acham que a vossa música desperta?

Gosto de pensar que sou uma pessoa que não se preocupa com o seu passado mas que olha em frente para o futuro. Penso que sentimentos como a melancolia ou o saudosismo, todos os sentimentos desse tipo, são sentimentos que ligam uma pessoa ao passado. Mas não consigo deixar de lamentar coisas como oportunidades perdidas ou momentos passados de beleza que sei que não se voltarão a repetir. Talvez o sentimento mais forte na nossa música seja a catarse, no sentido em que para mim os Subaudition são uma espécie de ritual de purificação.

Porque é que criam música, ou mais especificamente, este tipo de música?

Muito boa pergunta. Acho que há muitas razões, sendo a mais importante das quais definitivamente a necessidade de criar algo. Sinto que quase não tenho opção sobre criar ou não música. A necessidade de criar está tão profundamente enraizada em mim que não é uma escolha racional de qualquer forma. A música sempre foi a forma de arte que mais me tocou, e provavelmente a única em que tenho algum talento. E porque sempre me senti mais interessado pela melodia, harmonia e atmosfera do que por ritmo ou riffs, é natural que crie este tipo de música. É aquela que sinto poder expressar todas as minhas emoções.

Necessitas estar num estado mental específico para criar músicas dos Subaudition?

Mais do que qualquer outra coisa, parece que criar uma música dos Subaudition requer tempo. Mas é também verdade que requer um específico estado mental no sentido em que muitas vezes sinto como que as músicas a passarem por mim quando crio para os Subaudition. Aconteceu isso em algumas das faixas de “Light On The Path”; não tive sequer de as trabalhar muito, elas quase que jorraram de mim. Quando consigo alcançar essa espécie de sentimento de condução e euforia, é quando a maioria das músicas dos Subaudition ganham vida. E é também quando os Subaudition se tornam mais satisfatórios do que qualquer outra coisa no mundo. E quero mesmo dizer QUALQUER outra coisa.

Qual foi o peso da experiência prévia que tinham como músicos na criação desta banda?

O Roope e eu tínhamos anteriormente tocado num grupo de rock progressivo / metal chamado Manifold Object, mas a certa altura apercebemo-nos que a componente técnica e exibicionista da música não é aquilo que realmente nos interessa. Por isso, quando começamos os Subaudition, foi de certa forma uma reacção a todo o virtuosismo técnico. Preferimos fazer música que seja tão honesta e emocional quanto possível, e isso é algo que temos tentado vindo a fazer com os Subaudition desde essa altura.

Os Subaudition são relativamente recentes – o que achas que vos pode diferenciar das outras bandas que tocam um estilo de música semelhante?

É uma pergunta extremamente difícil, porque não ouço muita música semelhante à dos Subaudition. Quero dizer, sou grande fã de bandas como Pink Floyd, Tenhi, Sigur Rós e Anathema, por exemplo, mas posso apenas adivinhar que há toneladas de bandas semelhantes por esse mundo fora no panorama alternativo que não conheço. Pode soar arrogante, mas para mim os Subaudition são a melhor banda do mundo. Se não fosse, mais valia concentrar-me em ouvir música de outras bandas. Claro que o que torna os Subaudition diferentes para mim é que são muito mais pessoais do que qualquer outra banda. Mas do ponto de vista do ouvinte, diria que é a nossa subtileza e atenção ao detalhe que nos tornam diferentes de muitas outras bandas, principalmente com “Light On The Path”.

Este novo disco demorou 4 anos a ser feito – porquê um processo tão longo?

Falo por mim quando digo que não sou um músico ou compositor no sentido de poder apenas agarrar na minha guitarra e conscientemente decidir que vou escrever uma música nova. Não funciona assim para mim de forma alguma. Todas as vezes que tentei fazer isso acabei com material demasiado pretensioso e “auto-consciente”, e isso é definitivamente algo que nem sequer consideraria gravar para um disco dos Subaudition. Pelo contrário, quero que os Subaudition sejam tão intuitivos e honestos quanto possível, e para “Light On The Path” demorou cerca de quatro anos para reunir as músicas que eram necessárias para um disco de longa-duração. O sentimento de condução de que falei anteriormente não pode ser apressado, necessita de tempo. Posso apenas calcular que o próximo disco vá demorar tanto tempo como este demorou.

Tiveram alguma dúvida durante este longo processo que o disco alguma vez estivesse completo?

Olhando para trás, de facto parece algo ridículo que apenas tenhamos sido capazes de escrever nove músicas em quatro anos (gravamos duas músicas adicionais mas decidimos não as incluir no álbum). Não soa como uma banda profissional, mas como disse anteriormente, não me considero um músico profissional. Mas durante esses quatro anos estive sempre confiante que, independentemente de quando tivéssemos o disco pronto, seria a melhor coisa que alguma vez tivesse criado. Não sou uma pessoa muito presa ao tempo, nem acho que a música dos Subaudition seja temporal. Quero dizer, estou mais interessado em elevar os Subaudition a um patamar superior ao criar a melhor música possível e não o maior número de músicas possível. A qualidade é sempre preferível à quantidade, e acredito que isto é também algo que nos diferencia de muitas outras bandas similares.

Como é que normalmente compõem? É algo que fazem juntos, ou cada um faz o seu trabalho de forma isolada?

Para o nosso disco de estreia a maioria do material foi feita em conjunto do início ao fim, enquanto que em “Light On The Path” compusemos a estrutura de cada música individualmente antes de nos juntarmos para criar os arranjos. Mas penso que são os arranjos que realmente fazem a diferença numa música, por isso este disco deve ser também considerado um trabalho em conjunto. Além disso, para nós não interessa quem faz o quê na banda, os Subaudition não servem grandes egos. Temos objectivos maiores do que apenas satisfazerem os nossos míseros egos.

Agora que têm o trabalho final nas vossas mãos, quão orgulhosos estão dele? Captura todas as emoções e sentimentos que estavam na vossa mente enquanto o criavam?

Sim, realmente captura. Light On The Path” é o nosso absoluto pico criativo até ao momento. É provavelmente o maior feito da minha vida até agora, por isso estou extremamente orgulhoso do que conseguimos com o disco. Até este momento não consigo encontrar nada que quisesse alterar no álbum, o que é também um muito bom sinal.

Há algum conceito por detrás das letras ou do próprio disco?

Não é um álbum conceptual propriamente dito, mas parece que volto sempre aos mesmos assuntos nas minhas letras, por isso há definitivamente uma ligação aí. Oportunidades perdidas, morte e espiritualidade parecem ser os temas que tendo a usar nas minhas letras. Pessoalmente, acho que o conceito por detrás do álbum é a transcendência, quer a do dia-a-dia quer a um nível mais espiritual.

Quais são as vossas principais inspirações ao criar música?

Sou inspirado por um enorme número de coisas: diferentes tipos de música e desporto (especialmente jogging) por exemplo. No entanto vejo inspiração e influência como duas coisas diferentes. Quero dizer, não sei como uma pessoa pode ser musicalmente influenciada pela natureza, por exemplo. Talvez a natureza cante uma música para alguém, mas para mim a natureza no seu melhor é um lugar de tranquilidade. Musicalmente, a maior inspiração para “Light On The Path” foi o compositor Estónio Arvo Pärt, embora não saiba quanta dessa inspiração possa ser ouvida na música. Para mim a sua música define transcendência e catarse como ninguém (talvez com excepção da nossa própria música). Gostaria no entanto de saber qual é a minha verdadeira fonte de inspiração… aquilo que faz o sangue correr-me pelas veias quando o sentimento de euforia toma posse de mim ao compor para os Subaudition. Sei apenas que é algo maior do que qualquer coisa deste mundo.

O que mais me agrada é a vossa capacidade de criar verdadeira melodia e sentimento na forma de música – como são capazes de o fazer?

Como disse anteriormente, também não sei propriamente como as nossas músicas ganham vida. Para mim, a maioria das coisas com os Subaudition apenas acontecem… Mas acho que realmente se deve ao facto de deixarmos a música fluir de nós naturalmente e tentarmos mantê-la tão honesta e pura quanto possível. De um ponto de vista teórico, a nossa música é provavelmente ou muito estranha ou muito básica, mas não queremos saber de teoria quando escrevemos música. Se soa bem, e se soa correcto, então é perfeito para os Subaudition. Não racionalizamos ou teorizamos a nossa música demasiado. Isso retiraria provavelmente a maior parte da sua honestidade ou emoção.

A tua voz soa-me também como das melhores que jamais ouvi neste género – é algo intencional ou apenas o que sai da tua garganta?

Definitivamente apenas o que sai da minha garganta. [risos] Não tenho qualquer educação em termos vocais. Sinto-me honrado com o teu elogio, embora na minha opinião ainda tenha muito que aprender e melhorar no que diz respeito a cantar. No entanto, sempre quisemos que as vocalizações fossem mais um instrumento como as guitarras, os teclados, e por aí adiante, e isso é algo que faz com que a minha aproximação vocal seja essa.

Algumas partes mais intensas (como no início de “Feathers Fall”) lembram-me o trabalho de Danny Cavanagh – achas que a sua voz é algum tipo de referência para os Subaudition?

Devo dizer que sempre preferi as vocalizações do Vincent [NT: vocalista principal dos Anathema] às do Danny, mas ser comparado a qualquer um deles é uma honra, sem dúvida. O Vincent é um dos meus vocalistas preferidos desde que ouvi pela primeira vez Anathema no disco “Alternative 4”. O que eu procuro nos vocalistas é quão bem eles se enquadram e misturam na música que a sua banda toca. Não estou interessado no lado técnico de cantar, apenas na profundidade e emoção da voz.

Tocam todos os instrumentos presentes no disco, ou têm alguns convidados?

No disco tivemos alguns convidados nas cordas e nas vocalizações de fundo. Tivemos o Ville Rauhala no baixo, o Jussi Suonikko no violino, o Ilari Autio no violoncelo e o Juha Timonen nas vocalizações adicionais. Todos eles são pessoas que conhecemos aqui na cidade onde vivemos, Tampere. Tudo o resto foi tocado por nós. Mas nos Subaudition realmente não interessa quem toca o quê. Nesse sentido somos mais um colectivo do que uma banda porque queremos sempre que sejam as músicas a decidir que tipo de instrumentação é que necessitam. Por vezes apenas piano e voz são suficientes, outras vezes é necessário todo um grupo de músicos convidados.

Vocês citam alguns nomes como influências, desde Anathema até The Gathering, Katatonia ou Tenhi – o que têm em comum com eles?

Especialmente com certos discos mais antigos, como “Alternative 4”, “Mandylion”, “Discouraged Ones” ou “Kauan”, para mim essas bandas sempre foram extremamente sensíveis e sempre tentaram propagar emoção e sentimento antes de tudo o resto na sua música. Infelizmente, algumas dessas bandas, particularmente os Katatonia, tornaram-se mais interessadas em ser progressivas e mais acessíveis em vez de escrever música vinda directamente do coração. Isso é algo que por vezes acontece quando te tornas um músico profissional, e é por causa disso que eu não quero que os Subaudition se tornem um emprego para nós. Para nós Subaudition é apenas destinado a cantar e tocar o que vai na nossa alma.

E o que achas que fazem melhor?

Não sei o que fazemos melhor do que essas bandas, certamente que também não vês música como uma competição, certo? Mas uma coisa que certamente nos diferencia, e na minha opinião para melhor, é a nossa abordagem totalmente intuitiva devido à total falta de conhecimento de qualquer teoria musical.

E como tem sido a reacção ao disco até agora?

Ainda não vimos uma única análise, mas os comentários que tenho recebido de pessoas que ouviram pelo menos algumas músicas são muito positivos. Estamos bastante confiantes que fizemos um grande disco e espero que o feedback que recebamos seja alinhado com isso.

Porque é que tantas bandas Finlandesas exploram esta sonoridade melancólica? O que há na Finlândia que pode explicar isso?

Realmente não sei. [risos] Algumas pessoas dizem que são os longos, escuros e frios Invernos, mas também temos alguns meses no Verão em que o sol só se põe poucas horas à noite. Pelo menos eu também me sinto inspirado pelos Invernos sombrios, isso não é o motivo pelo qual sou melancólico. Acho que existe alguma coisa como um pessimismo ou um sentimento de perca enraizado no nosso sangue. Os Finlandeses sempre estiveram na mó de baixo, seja com o reinado Sueco ou Russo, ou agora sob o domínio da União Europeia. Independentemente do quanto tenhamos combatido, sempre perdemos as guerras em que nos envolvemos. E como recompensa de grandes batalhas contra todas as probabilidades (como na 2ª Guerra Mundial), territórios como a Karalia foram-nos roubados após a guerra. Estou só a teorizar aqui… mas pode ser uma das muitas razões por detrás desse sentimento de perca que está presente na música de muitas bandas Finlandesas. Há também algo na música tradicional Finlandesa que não tem correspondência na sua melancolia com a música tradicional de outros países, e isso pode ser outra razão.

Quais são os vossos planos para levar este disco para o palco?

Infelizmente ainda só temos três concertos na Finlândia marcados. Tínhamos planos para uma tour Europeia no início da Primavera de 2010, mas esses planos não se concretizaram. Neste momento estamos a ensaiar para esses concertos na Finlândia com um alinhamento de quatro músicos no total. Acredito que vão ser bons espectáculos, até porque os Antimatter se vão juntar a nós. De qualquer forma, se alguém nos apresentar planos para uma tour Europeia que se enquadre na nossa agenda, estaremos sem dúvida interessados.

Portanto não há ainda planos para visitarem Portugal no futuro próximo… o que conhecem sobre o nosso país?

Infelizmente não temos planos nem para visitar Portugal nem qualquer outro país num futuro próximo. Não conheço muito do vosso país, apesar de ter passado umas férias no Algarve há uns dez anos atrás. No entanto era um daqueles destinos turísticos, por isso não posso dizer que tenha aprendido muito sobre a cultura Portuguesa. E era também muito novo na altura, tinha cerca de 15 anos. Mas claro que conheço algumas boas bandas de Portugal, com os Moonspell à cabeça, e também acompanho futebol por isso sei bem que há muitos futebolistas excelentes oriundos daí. O que é curioso é que já respondemos a algumas entrevistas sobre “Light On The Path” vindas daí de Portugal, e o vosso país é certamente um daqueles locais na Europa que adorava visitar no futuro – espero que seja com os Subaudition!

A vossa carreira tem sido sempre ascendente desde o início – quais são os próximos passos e até onde acham que podem ir?

Acho que não temos limite até onde podemos ir, porque não nos limitamos de qualquer forma. Espero que muita gente nos descubra com “Light On The Path”, e espero que o próximo passo seja levar o disco numa tour Europeia, vamos sem dúvida empenhar-nos para que isso aconteça. Para além disso honestamente não sei. Eventualmente outro disco, claro, mas não o vejo acontecer nos próximos dois anos, pelo menos.

Lurker

[website: http://www.myspace.com/subauditionfinland]

sábado, 12 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Novo disco dos Seelenlicht

Quase dois anos depois de se terem estreado em edições como Seelenlicht, Butow Maler e Troy Southgate apresentam o novo disco "Love And Murder" desta feita pela Trutzburg Thule.

Mais focado nas músicas, este novo disco apresenta mais uma incursão no neoclassicismo misturado com o psicadelismo que tem sido apanágio deste projecto. Explorando conceitos tão diversos como a I Guerra Mundial ou a literatura Romântica, conta ainda com alguns convidados especiais como Dev (dos While Angels Watch) ou Josef Klumb (dos Von Thronstahl) para nos trazer um conjunto de belas composições que nos aguardam neste fim de ano.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Vergiss Mein Nicht
  2. The Romantics
  3. The Ghost Of Flanders
  4. The Outsider
  5. When The Lamp Is Shattered
  6. Revolution In Black
  7. The Lovers Revenge
  8. Dreamsleep
  9. Futhorc
  10. Priapus
  11. Live And Death
  12. Memnon, Prince Of Ethiopia
  13. Return To Summerisle
  14. Ansuz-Laguz-Uruz

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Novas de Sonne Hagal

O vinil 7'' "Läuthner 2a" é o novo trabalho de Sonne Hagal, que será lançado este mês.

Conta com 2 músicas cheias de tragédia bela e energia silenciosa, sendo suportada pelo violinista Matt Howden.

Este trabalho vem num envelope a cores e contém as letras integrais das músicas, sendo limitado a 500 cópias.

"Läuthner 2a" vai estar pela primeira vez à venda no espectáculo ao vivo de 19 de Dezembro comemorando assim o Solstício de Inverno.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

[NOTICIA] A Serenidade dos teclados

Depois de um período de 4 longos anos de silêncio e de uma renovada identidade, os Opposite Exhale lançam um novo trabalho ainda este ano.

"Nothing Lasts" é o novo álbum deste projecto a solo do holandês Eelco Jellema, juntando os teclados e a sua serenidade e harmonia ao ritmo contagiante. O ambiente e a sua atmosfera relançados numa torrente de composições clássicas reinventadas, ao som de piano, violinos, violoncelos e com um arranjo complexo das músicas.

A ser lançado pela Tympanik Audio em formato digipack, fica o alinhamento:

  1. Hic Finis Fandi
  2. Clear Green
  3. The Downfall of Beliefs
  4. You're the Least of my Concerns
  5. Vixerunt
  6. Born with Bruises
  7. A Subtle Truth (My Paradise)
  8. The Feeling's Vile
  9. Nomen Est Omen
  10. I Trusted Every Word You Spoke
  11. A White Heat That Scours Rational Thought
  12. Lucid Dreaming
  13. Resentment
  14. Deceitful Snares
  15. Moortgat
  16. Sand

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Duas re-edições num lançamento

Depois de estarem parados durante quase 10 anos, os Voice of Eye editam pela Old Europa Cafe um trabalho 2 em 1.

Este projecto dos Estados Unidos vem em formato duo, tocando musica ambiente e ritualística.

Este lançamento intitulado "Emergence and Immersion", é a re-edição de 2 trabalhos lançados em 2007, ambos em CDr e limitados a 100 cópias cada e centram-se na tour europeia que a banda realizou.

Para esta nova edição as músicas foram remasterizadas e foi adicionada uma faixa inédita que data da mesma altura e chama-se "Peacock Symphony".
A música emocional dos Voice of Eye conta com muitos instrumentos feitos pelos próprios músicos como flautas, caixa de música, entre outros.

Este trabalho em digipack inclui os 2 Cds:

Disco 1 "Improvisations Volume 1: Emergence"
  1. Emergence
  2. Exquisite Epilogue
  3. Chrome Vortex
  4. Ode to Every Circus Dog
  5. Depressed Robot Sheep
  6. Filth
  7. Global Orgasm
  8. Monster
  9. Free
  10. Dark Ritual
  11. Eleventh Ultimatum
  12. Peacock Symphony

Disco 2 "Improvisations Volume 2: "Immersion"
  1. Extractor
  2. Thing Dreamfield
  3. My Little Vamp Creaturlings
  4. Rainy Day
  5. Evil Machine
  6. Gay
  7. Gates of Oblivion
  8. Dripping Eternity
  9. Sky Breathes Stars 'til Dawn
  10. Island of Dr Moreau Nightclub
  11. Immersion
  12. French Dream

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

[NOTICIA] O Estilo Barroco

A banda italiana que muito nos apraz, lança a re-edição de um trabalho antigo de 1996, com 2 músicas bónus... para nos adoçar a boca!

Os Ataraxia re-editam "Concerto No. 6: A Baroque Plaisanterie" num bonito digipack com o som remasterizado e 2 faixas bónus gravadas este ano. Deste modo este álbum contém as 9 músicas originais, acrescentando "Orlando, a Female" retirado do EP "Orlando" e a versão da banda da música "Ave Maria" de Franz Schubert.

Os Ataraxia sempre tiveram uma componente lírica, musical e visual bastante marcante, desde o barroco ao cabaret e com este trabalho mostram novamente a elegância da beleza interior, sendo este um tributo à harmonia barroca, ao seu equilíbrio e beleza.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Passagio Lustrale
  2. Scarletminded Echoes
  3. The Winds of Carmini
  4. Belle Rose Porporine
  5. Astore Serotina
  6. Orlando, a Female (faixa bónus)
  7. La Bourgeoise et la Noble
  8. Maybe-O-The Leaves
  9. Bleumarine
  10. Dulcamara
  11. Ave Maria (faixa Bónus)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Disco de estreia para os KlammHeim

Apesar de "Heimwärts" ser a sua estreia, os KlammHeim não são um nome estranho a quem acompanha de perto o panorama Folk ou, em particular, o trabalho da Heimatfolk. Oriundos da Aústria, no próximo dia 15 apresentam o seu legado ao mundo.

Este disco reúne um conjunto de músicas que primam pela melancolia, a suavidade e a matriz sonora acústica, revelando aqui e ali as raízes mais pesadas dos KlammHeim. Neofolk oriundo dos Alpes Austríacos, recorrendo à língua local como forma de expressão preferida, e contando ainda com o contributo de alguns músicos convidados de renome, como o caso de Thomas Bøjden (Die Weisse Rose) e Benjamin Sperling (Jännerwein).

O disco é apresentado num digipack luxuoso, incluindo um livreto de 16 páginas, e está ainda disponível uma edição especial em caixa de madeira, contendo ainda uma t-shirt, um pin, três postais alusivos a faixas do disco e um CD bónus com duas músicas ao vivo. Para finalizar, inclui também uma surpresa gastronómica da região.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Heimat
  2. Nix wies wor
  3. Irrlicht
  4. Im Namen der Freiheit
  5. Vom höchsten Gipfel
  6. Namenlos
  7. Schwarzweisse Welt
  8. Streck die Hand aus
  9. Wandel zur Ruh'
  10. Abschied

domingo, 6 de dezembro de 2009

[ENTREVISTA] Neun Welten

DA NATUREZA PARA O MUNDO

Bandas que encontram inspiração na Natureza há muitas, mas não são assim tantas as que conseguem capturar o espírito natural de forma harmoniosa na sua música, recorrendo a uma série de instrumentos acústicos para passar esse sentimento. Por isso falamos com os Neun Welten para perceber como é que o seu novo disco “Destrunken” consegue reunir esse espírito natural em forma de música, e acabamos a descobrir mais do que uma ligação ao nosso país.

Como é que apresentam os Neun Welten a quem não vos conhece?

Combinamos instrumentos clássicos, como o violino, violoncelo ou flauta, com instrumentos modernos, como bateria ou guitarras acústicas. A nossa música é maioritariamente instrumental e cria uma atmosfera influenciada pela natureza. O resultado é uma sonoridade mística, melancólica e por vezes vibrante. Todas as músicas de Neun Welten são compostas por nós, e podemos chamar à nossa sonoridade um Folk místico da natureza.

O que vos inspirou para criar a banda e escolher este nome em particular?

Neun Welten quer dizer Nove Mundos, e refere-se à mitologia Nórdica. Quando a banda foi criada escolhemos esse nome devido ao nosso interesse em mitologia, lendas ou sagas nossas e também da história Nórdica. Dado o nosso desenvolvimento pessoal e novas experiências, hoje temos muitas mais influências que afectam a nossa música do que apenas a mitologia Nórdica. No entanto, a natureza ainda representa um papel principal, e as nossas experiências com a natureza são cruciais para a nossa sonoridade e estão também presentes nas lendas e sagas antigas.

Destrunken” é editado 3 anos depois de “Vergessene Pfade” – quais são as principais diferenças entre os dois lançamentos?

Nas músicas de ambos os discos tentamos expressar as nossas experiência com e na natureza. Com Vergessene Pfade” descrevemos a natureza como a vemos, mais no sentido de imagens ou cenas da natureza. Neste novo disco adoptamos uma perspectiva diferente, tentamos expressar mais as diferenças percepções da natureza que cada um tem, dependendo das suas condições emocionais. Desde o início que “Destrunken” tinha um conceito mais forte por detrás das músicas e por causa disso consegue passar uma atmosfera similar, mais íntima e poderosa.

Como é que normalmente compõem música para os Neun Welten?

A composição é um processo em que estamos todos envolvidos e criamos as músicas juntos. Devido a isso, uma música na sua versão final pode muitas vezes diferir bastante da ideia inicial.

Porquê a escolha de “Destrunken” para o nome do disco?

Antes de mais, Destrunken” não é uma palavra alemã, nem sequer existe em qualquer outra língua. É uma palavra imaginária, por isso não tem nenhum significado especial e pode ser livremente interpretada. Para nós descreve um sentimento muito especial, como alguém a vaguear no nevoeiro, ou de uma forma errática através de conflitos internos.

Há algum conceito por detrás do disco?

Há um conceito que constitui uma história acerca de uma viagem que alguém pode ter, por exemplo através da natureza, em que esse alguém tem que lidar com as suas próprias emoções, provavelmente conflituosas. Claro que essas emoções influenciam a percepção da natureza, do ambiente que nos rodeia, podendo-se sentir assustado ou reconfortado. O nosso conceito do disco é bastante pessoal e íntimo.

E quais são as principais influências nas vossas composições?

As influências podem ser muito diferentes. Maioritariamente recolhemos as nossas emoções, sentimentos e em algumas partes aventuras de viagens que fazemos na natureza de tempos a tempos. E então deixamo-los fluir na nossa composição. Essas experiências são de natureza terrena ou mística, são intensas, belas ou etéreas. Para o novo disco usamos mais experiências pessoais e influências que encontramos nessas viagens. Mas também assimilamos o que nos rodeia no dia-a-dia numa grande cidade onde sentimentos de natureza são mais do que raros.

Um dos principais desafios para uma banda que recorre a tantos instrumentos é o balanço do som final no disco, para que cada qual possa ter o seu espaço sem comprometer os outros. Acham que isso foi conseguido em “Destrunken”?

Para nós não é assim tão importante que se possa seguir cada instrumento que está a tocar, mas antes que o conjunto forme uma paisagem sonora. Passamos muito tempo em estúdio a definir a mistura para cada música. Este foi um desenvolvimento bastante entusiasmante para nós e para as músicas também. Agora, a sonoridade e a mistura estão muito perto da nossa visão. Antes de entrarmos em estúdio para as gravações produzimos nós mesmos algumas das músicas na nossa sala de ensaio. A evolução do som e por conseguinte das músicas é muito interessante, todas têm o seu espírito específico. Por isso se estiverem interessados, irá também haver uma edição especial do disco incluindo estas demos de pré-produção intitulada “Dämmerung - die Destrunken Demos”.

Prestam também atenção especial à componente visual do vosso trabalho, tendo escolhido o trabalho de Fursy Teyssier para o ilustrar. Como é que esta colaboração teve lugar?

Com este disco queríamos percorrer um novo caminho. Não tínhamos uma pré-concepção ou imagens como tinha acontecido com "Vergessene Pfade”. Queríamos que o Fursy ouvisse a música e tirasse as suas próprias impressões. Por isso ele desenhou a capa com base na música para que fosse o perfeito complemento aos vários ambientes do disco em termos visuais. O Fursy fez um trabalho soberbo! Estamos muito satisfeitos e adoramos o trabalho gráfico, ele é um grande artista.

E estão satisfeitos com o resultado final do disco?

Sim, estamos satisfeitos com o resultado final. Queríamos tê-lo lançado mais cedo, mas devido a algumas circunstâncias imprevisíveis e à nossa ambição de conseguir o melhor resultado para cada música individual, demoramos o tempo que foi necessário para o fazer.

E como estão a ser as reacções até agora ao disco? É algo a que prestam atenção?

As críticas nas revistas da especialidade têm sido muito positivas. É importante para nós o que as pessoas têm a dizer sobre o nosso trabalho, porque queremos perceber se as opiniões dos ouvintes são as mesmas que as nossas. Mas é também interessante perceber como é que as pessoas lidam com estas músicas.

Fazer parte da Prophecy quer também dizer que partilham a mesma “casa” com outros projectos de sonoridade semelhante. Isso agrada-vos?

Estamos em muito boas condições na Prophecy. Cada banda tem o seu próprio conceito e sonoridade mas todas partilham a mesma emoção etérea independentemente do estilo que tocam. Com a Prophecy podemos também ter a certeza que teremos sempre música muito bem produzida e com uma forte componente estética.

Há algum projecto com quem sintam alguma afinidade especial?

Gostamos bastante de bandas como os Tenhi, Dornenreich, Empyrium, Alcest ou Klimt1918, entre outras, com quem partilhamos muitas influências e em certa medida lidamos com atmosferas semelhantes que queremos transmitir. Mas seguimos o nosso caminho individual sem grandes afinidades a nível musical com outras bandas.

O que podemos esperar de uma actuação ao vivo dos Neun Welten?

Como aconteceu no passado, uma actuação ao vivo dos Neun Welten vai ser um espectáculo expressivo onde podem fechar os olhos e encontrar-se num sonho. Já tocamos algumas das músicas do novo disco na tour com os Tenhi e os Dornenreich, e nos próximos espectáculos vamos tocar mais algumas músicas do novo disco. Mas vamos ter que fazer arranjos a algumas músicas, por exemplo há partes em que oito violinos e quatro violoncelos tocam ao mesmo tempo. Mas não queremos usar electrónica ou teclados em palco, porque a nossa abordagem aos Neun Welten sempre foi a de manter tão natural quanto possível, e portanto evitamos o recurso a instrumentos electrónicos sempre que possível. Adicionalmente, tentamos criar uma atmosfera intimista com recurso a velas e usamos também por vezes projecções vídeo com imagens da natureza, incluindo-nos também na área de projecção para poder chamar mais a atenção para as atmosferas das músicas e para nós como músicos.

E têm algum plano para actuar em Portugal num futuro próximo?

Teríamos muito gosto de tocar em Portugal no futuro. Alguns de nós passamos alguns dias na bela cidade de Lisboa, e a Anja, que tem a sua própria agência musical, assinou contrato com a banda Dazkarieh de Portugal e tornaram-se bons amigos. Há por isso uma pequena ligação que esperamos que se venha a alargar no futuro.

E quais são os vossos planos para o futuro dos Neun Welten?

Mantermo-nos verdadeiros, naturais e mantendo o mesmo espírito. [risos] No futuro próximo vamos produzir algumas músicas especiais para diferentes compilações. Adicionalmente vamos começar a escrever músicas novas para o próximo disco que poderá ser mais experimental. E durante este tempo iremos, esperamos nós, tocar alguns espectáculos em Portugal!

Lurker

[Website: http://www.myspace.com/neunwelten]

sábado, 5 de dezembro de 2009

[EVENTO] Dezembro em Chemnitz


O Bunker Club em Chemnitz tem sido palco de vários eventos de qualidade ao longo destes últimos anos, e no próximo dia 19 de Dezembro teremos mais uma oportunidade para o constatar in loco.

Com a organização da Equinoxe, teremos a presença em palco dos Sonne Hagal (acompanhados de Kim Larsen e dos Vurgart), :Golgatha: e Jännerwein. Uma excelente noite em perspectiva, portanto.

Poderá parecer pouco convidativo o Inverno Alemão, mas com a perspectiva de uma noite de boa música, mesmo o frio não custa a suportar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

[ANÁLISE] Skitliv - "Skandinavisk Misantropi" [CD - 2009]

SKITLIV

Skandinavisk Misantropi [CD]
Season Of Mist

Maniac é um vocalista fora do comum que marcou toda uma geração de Black Metal, e continua inexoravelmente a fazê-lo. Juntá-lo a Kvarforth é reunir duas das grandes influências desse universo musical, respectivamente Mayhem e Shining. O resultado não pode ser inferior a desafiante.

E o projecto Skitliv é precisamente isso - um desafio que se nos coloca para entrarmos num mundo tão pessoal e fora do normal que podemos perder alguma da sanidade no processo. Intensamente experimentalista, "Skandinavisk Misantropi" mantém uma matriz que na sua raíz se poderá considerar Black Metal, um mid-tempo arrastado e penoso, quais correntes de metal chicoteando a nossa alma, para no instante a seguir nos deixar a abanar a cabeça com riffs de Black'n'Roll. Estranho? Talvez, mas que resulta, disso ninguém tenha dúvidas.

Este disco é uma lufada de ar fresco num panorama demasiado enclausurado em si mesmo. Guitarras puxadas bem para a frente, dois vocalistas do outro mundo (em mais do que um sentido!), uma produção com sujidade q.b. para nos lembrar que este mundo é negro e sombrio, mas acima de tudo composições que mantêm o interesse do ouvinte vez após vez. E ainda somos brindados com uma faixa como "Towards The Shores Of Loss (Vulture Face Kain)", com um trecho na inconfundível voz de David Tibet (dos geniais Current 93), para imediatamente passar para um dos riffs mais "pegajosos" de todo o disco, que nos fica na cabeça e não quer sair de lá.

É esta a proposta de "Skandinavisk Misantropi" - algo fora do normal, para nos acompanhar nos tormentos do dia-a-dia, como se não houvesse amanhã. E se calhar, uma ideia que não andará muito longe do pensamento de Maniac e Kvarforth. Se a misantropia fosse toda assim tão bem tocada, o Black Metal actual seria muito mais entusiasmante.

Lurker

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Uma mulher ao violino

Mesmo apesar de todo o sucesso que os Eluveitie têm conseguido (com o consequente ritmo de trabalho associado), a sua violinista Meri Tadic consegue ainda arranjar espaço para o seu projecto a solo. Irij foi criado no Outono de 2006, mas é apenas agora que vê a sua estreia discográfica.

Este MCD homónimo surge pela mão da Ahnstern e apresenta composições sempre instrumentais, desde o Folk ao virtuosismo clássico, fornecendo uma viagem pela alma Eslava de Meri em redor da tradição e sinceridade. Uma sonoridade entre o brilhante e o sombrio, explorando as várias paletes disponíveis na natureza, e que representa uma estreia auspiciosa.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Domovoj
  2. Ajde dano
  3. Vasilia
  4. Daleko
  5. Hor-Ba-Toi
  6. Bogu Govorim

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

[ANÁLISE] Der Blutharsch - "Flying High!" [CD - 2009]

DER BLUTHARSCH

Flying High! [CD]
WKN

Sejamos honestos: depois do grande impacto que os Der Blutharsch causaram quando iniciaram o seu percurso discográfico até terem construído um nome sólido na cena alternativa Europeia, a chama esmoreceu um pouco. Albin Julius pareceu mais interessado em percorrer as suas viagens internas do que propriamente em compor material à altura do seu próprio legado. Por isso quando "Flying High!" finalmente chegou a este lado, o factor excitação não estava particularmente alto. Na melhor das hipóteses, pensaria quem escreve deste lado, teríamos um vislumbrar do que foi o génio de outrora. Na pior, um disco sem qualquer sabor ou tempero. Felizmente que há alturas em que nos enganamos.

Para quem tomou conhecimento hoje com os Der Blutharsch (se é que isso é possível) e ouviu o seu fundo de catálogo de uma assentada, "Flying High!" soará como um disco de outra banda. Já totalmente afastado das matrizes marciais ou industriais que tão bem lhes assentaram, mesmo longe da sonoridade folk a que nunca deixaram de piscar o olho, o que aqui temos é uma banda sonora intensa para o apocalipse, psicadélica e experimentalista, revivalista de tempos idos mas com os olhos postos no futuro. Se o paradoxo vos interessa, dêm a este disco uma oportunidade de se apresentar devidamente.

E isso é permitir que ele rode sem preconceitos algumas (dezenas de) vezes. Aí saltaram ao ouvido as harmonias quase-Hammond dos teclados de fundo, um ritmo ritualista que nos envolve e nos contagia e a tal intensidade anteriormente referida - sem darmos por isso, envolve-nos e rodeia-nos, em camada após camada de notas e com a voz de Albin muito bem trabalhada, e quando menos esperamos estamos hipnotizados. Não será a descrição mais fácil de entender, mas "Flying High!" não é um disco fácil de absorver. É antes um disco adulto, maduro, em que se nota o divertimento dos músicos que o criaram, e que nos faz recuperar a esperança nos Der Blutharsch. Porque quem escreve um disco assim, é capaz de nos continuar a surpreender no futuro!

Lurker

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

[NOTICIA] Digam lá Dânnâgôischd outra vez?

De vez em quando há surpresas agradáveis. Dânnâgôischd (ou o fantasma da floresta sombria) é uma delas. Um projecto paralelo do mentor de Vinterriket (que nos dias de hoje parece que não dorme, tantos são os projectos em que está envolvido), "Emm dichdâ Ondrholz" (ou na densa floresta de arbustos) é o disco de estreia pela Percht e apresenta-nos uma sonoridade Folk Alpina fortemente enraízada no imaginário das florestas.

Contando histórias numa língua perdida sobre criaturas que vivem em florestas negras, com todas as suas histórias e mitos, este disco apresenta uma sonoridade criada por um grande número de instrumentos, com uma atmosfera algures entre melancolia, tradição e natureza. Músicas etéreas misturam-se com outras mais folk e naturais, compondo a banda sonora ideal para um passeio no bosque mais próximo.

Este trabalho é disponibilizado num digipack de 6 painéis, incluindo dois videos, e está também disponível numa versão limitada a 150 cópias (apresentada na imagem) num saco bordado com o símbolo da banda, incluindo também uma t-shirt um auto-colante.

O alinhamento completo é o seguinte:
  1. Waldfuir
  2. D’Rehlâ enn dr Lichdong
  3. Hârbschdwald
  4. S’Raschlâ dr Dânnâ
  5. Schnai emm Fiidlâ
  6. Veglgsâng
  7. Wildsei / Wildwäggsl
  8. Enn Hērsch onnd enn Haas
  9. Dērre Äschd
  10. Bei Naachd onnd Näâbl
  11. Dod’de Wuudzlâ
  12. D’Figgs emm Oggdobr
  13. Baumschdempf
  14. Aichhērnle
  15. D’Waldhidde amm Bächle
  16. Fâdzâzug