[EVENTO] Festival Entremuralhas - Castelo de Leiria - 27/08/2010
EVENTO: Festival Entremuralhas (Ashram, Ataraxia)
LOCAL: Castelo de Leiria
DATA: 27 de Agosto de 2010, 21:30
Arrancou ontem o Festival Entremuralhas, no belíssimo Castelo de Leiria. Esse é mesmo um dos seus principais atractivos (para além de um sólido e ecléctico cartaz), já que passear pelo castelo e ouvir bons concertos inserido naquele ambiente é talvez uma das melhores experiências que se pode ter num evento ao vivo.
Mas tudo isso seria secundário se não houvessem bons concertos - felizmente, o que não foi o caso ontem. Passava pouco tempo das 21:30 quando os Ashram subiram ao Palco Alma, situado na parte superior do castelo. Um local intimista, abrigado pelas muralhas e pelas frondosas árvores, que providenciou a envolvente certa para o concerto dos Napolitanos.
Quem teve oportunidade de os ver ao vivo aquando da sua última passagem por Portugal sabe quão intenso pode ser um seu espectáculo. Ontem beneficiaram de um palco mais pequeno para poderem tocar de forma mais coesa, e marcaram o festival com um concerto de luxo. O virtuosismo de Luigi ao piano e Edo ao violino é impressionante, e a voz frágil e emotiva de Sergio é o complemento perfeito para a sua sonoridade. Momentos de intensa emoção foi o que ouvimos, desfiando essencialmente temas do seu (ainda) mais recente disco "Shining Silves Skies" (impõe-se urgentemente um trabalho novo!) mas tendo oportunidade de ir buscar outros momentos ao passado e alguns temas novos.
Espaço também para Edo e Luigi se mostrarem a solo, tendo sido precisamente um dos momentos da noite o solo de violino de Edo. Absolutamente bem tocado e genialmente composto, não terão sido muitos os que ficaram indiferentes a esse momento de magia, culminado com uma estrondosa ovação - sem dúvida a maior da noite. Momento mágico também para a interpretação do sublimo "Il Mostro", talvez a música mais arrepiante dos Ashram enquanto colectivo.
E para provar que a música é acima de tudo divertimento, Edo, Sergio e Luigi sobem ao palco novamente já depois do habitual encore para uma última música - todos com óculos de sol, sentam-se os 3 ao piano e desfilam uma paródia musical com direito a calduços e tudo, num momento muito divertido e que fechou com chave de ouro mais uma excelente actuação dos Ashram em Portugal.
Pouco tempo depois já os Ataraxia subiam ao palco, desta feita num formato reduzido a um trio. Por causa disso não puderam interpretar muitas das músicas do seu reportório, mas quando ele é tão vasto e tem tanto por onde escolher, a qualidade final do espectáculo não é afectada. E quando estamos a falar de músicos do calibre de Francesca, Vittorio e Giovanni, tudo fica mais simples.
Todos são fantásticos músicos, mas a alma dos Ataraxia continua a ser a voz de Francesca, uma diva muito diferente de tantas outras. Os seus graves continuam a ser arrepiantes, cerca de 20 anos depois do início do projecto, e assinou no castelo de Leiria mais uma performance imaculada. Aliás, percebia-se bem o prazer que era para os Ataraxia tocar numa envolvente para a qual a sua música foi especialmente criada. Francesca relembrou-nos o elo especial que os une a Portugal, e brindou o público com a inserção no alinhamento de duas músicas compostas no nosso país.
Desfilaram músicas de trabalhos mais antigos intercaladas com outros mais recentes, indo buscar a diferentes momentos da sua carreira material para todos os gostos. Melodias mais medievais, momentos neoclássicos, mantras Indianos, para tudo houve espaço, inclusive para relembrarmos "Os Cavaleiros do Templo" (recentemente reeditado). Os Ataraxia provavelmente não conseguiriam dar um mau concerto mesmo que tentassem, e não foi ontem que isso aconteceu. Uma excelente prestação, por excelentes músicos, num excelente ambiente - o que podemos pedir mais?
A fechar a noite ainda subiram ao Palco Corpo os Project Pitchfork, mas com as duas primeiras músicas a não correrem muito bem e depois de algumas horas de melodias suaves, não havia vontade de os ver e preferimos continuar a noite na companhia dos outros músicos e restantes amigos. Este é também um espírito de festival - escolher o que preferimos ouvir, e passar bons tempos com os amigos.
Logo à tarde/noite há mais, amanhã vemo-nos por aqui para falar de como foi.
P.S.: Fotos cortesia do Fade In.
DATA: 27 de Agosto de 2010, 21:30
Arrancou ontem o Festival Entremuralhas, no belíssimo Castelo de Leiria. Esse é mesmo um dos seus principais atractivos (para além de um sólido e ecléctico cartaz), já que passear pelo castelo e ouvir bons concertos inserido naquele ambiente é talvez uma das melhores experiências que se pode ter num evento ao vivo.
Mas tudo isso seria secundário se não houvessem bons concertos - felizmente, o que não foi o caso ontem. Passava pouco tempo das 21:30 quando os Ashram subiram ao Palco Alma, situado na parte superior do castelo. Um local intimista, abrigado pelas muralhas e pelas frondosas árvores, que providenciou a envolvente certa para o concerto dos Napolitanos.
Quem teve oportunidade de os ver ao vivo aquando da sua última passagem por Portugal sabe quão intenso pode ser um seu espectáculo. Ontem beneficiaram de um palco mais pequeno para poderem tocar de forma mais coesa, e marcaram o festival com um concerto de luxo. O virtuosismo de Luigi ao piano e Edo ao violino é impressionante, e a voz frágil e emotiva de Sergio é o complemento perfeito para a sua sonoridade. Momentos de intensa emoção foi o que ouvimos, desfiando essencialmente temas do seu (ainda) mais recente disco "Shining Silves Skies" (impõe-se urgentemente um trabalho novo!) mas tendo oportunidade de ir buscar outros momentos ao passado e alguns temas novos.
Espaço também para Edo e Luigi se mostrarem a solo, tendo sido precisamente um dos momentos da noite o solo de violino de Edo. Absolutamente bem tocado e genialmente composto, não terão sido muitos os que ficaram indiferentes a esse momento de magia, culminado com uma estrondosa ovação - sem dúvida a maior da noite. Momento mágico também para a interpretação do sublimo "Il Mostro", talvez a música mais arrepiante dos Ashram enquanto colectivo.
E para provar que a música é acima de tudo divertimento, Edo, Sergio e Luigi sobem ao palco novamente já depois do habitual encore para uma última música - todos com óculos de sol, sentam-se os 3 ao piano e desfilam uma paródia musical com direito a calduços e tudo, num momento muito divertido e que fechou com chave de ouro mais uma excelente actuação dos Ashram em Portugal.
Pouco tempo depois já os Ataraxia subiam ao palco, desta feita num formato reduzido a um trio. Por causa disso não puderam interpretar muitas das músicas do seu reportório, mas quando ele é tão vasto e tem tanto por onde escolher, a qualidade final do espectáculo não é afectada. E quando estamos a falar de músicos do calibre de Francesca, Vittorio e Giovanni, tudo fica mais simples.
Todos são fantásticos músicos, mas a alma dos Ataraxia continua a ser a voz de Francesca, uma diva muito diferente de tantas outras. Os seus graves continuam a ser arrepiantes, cerca de 20 anos depois do início do projecto, e assinou no castelo de Leiria mais uma performance imaculada. Aliás, percebia-se bem o prazer que era para os Ataraxia tocar numa envolvente para a qual a sua música foi especialmente criada. Francesca relembrou-nos o elo especial que os une a Portugal, e brindou o público com a inserção no alinhamento de duas músicas compostas no nosso país.
Desfilaram músicas de trabalhos mais antigos intercaladas com outros mais recentes, indo buscar a diferentes momentos da sua carreira material para todos os gostos. Melodias mais medievais, momentos neoclássicos, mantras Indianos, para tudo houve espaço, inclusive para relembrarmos "Os Cavaleiros do Templo" (recentemente reeditado). Os Ataraxia provavelmente não conseguiriam dar um mau concerto mesmo que tentassem, e não foi ontem que isso aconteceu. Uma excelente prestação, por excelentes músicos, num excelente ambiente - o que podemos pedir mais?
A fechar a noite ainda subiram ao Palco Corpo os Project Pitchfork, mas com as duas primeiras músicas a não correrem muito bem e depois de algumas horas de melodias suaves, não havia vontade de os ver e preferimos continuar a noite na companhia dos outros músicos e restantes amigos. Este é também um espírito de festival - escolher o que preferimos ouvir, e passar bons tempos com os amigos.
Logo à tarde/noite há mais, amanhã vemo-nos por aqui para falar de como foi.
P.S.: Fotos cortesia do Fade In.
2 comentários:
Como é complicado morar num país onde o mais próximo que o Ataraxia chegou a vir foi na Argentina e em 2005...
Sou brasileira e mega fã deles!
E vocês portugueses são uns sortudos!
Abraços,
Talita Cabral
Cara Talita, é verdade que na Europa é mais fácil vermos um conjunto dessas bandas, mas o Brasil tem crescido a nível de eventos de qualidade.
Porque não convidá-los a ir ao Brasil? São pessoas que sem dúvida gostariam de vos visitar em breve! Deixo a sugestão...
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